Thursday, November 15, 2007
Mesmo que seja meio injusto
há algo que preciso te confessar
para burlar essa irremediável falta de convivência
o que fez de nossos corações
saudosos do que poderíamos ter sido

Lembranças são tão vagas
de vestidos coloridos à pular corda
de lágrimas à uma cama
de sobremesas à um corpo violão

Amar é tão infinito
que sinto, cada vez que fecho os olhos,
os teus a enxugar minhas tristezas,
o quanto tinhas me amado,
O quanto amavas tanto a todos
aqueles que amo, de corpo e de alma,
Mais de alma

de fotos à história
da doença ao pior dia
de brincadeiras à religiosidade

Se eu pudesse te trazer de volta
poderíamos brincar de só sorrir
Eu sentiria mais doce o mundo a nossa volta
Sei que fazes o esforço possível
E que, nem sempre, sou boa ouvinte

das longas saudades à promessa
de músicas bobas ao jogo de damas
de não entender desse mundo à felicidade

Como a lembrança pode ser tão terna?
Ainda preciso te confessar
uma cruel verdade
não me importa onde tenhas pisado
o que tevês ou, apenas, tenhas feito
há em mim um eterno, e terno, orgulho
de teres por ao meu lado passado
de teres com seus olhos expressado
aquilo que era forte demais para eu entender