Thursday, August 02, 2007
Sabe qual é o problema?
Primeiro: eu tenho dezoito anos e como qualquer pessoa dessa idade eu não sou madura o suficiente para entender a longo prazo o que é melhor para mim, por mais que eu me esforce para o mesmo. E eu o faço. Eu não gosto tanto de sair a noite, nem de baladas... mas, gosto disso, as vezes, e amo ir ao cinema, ler livros e todas essas coisas que eu tenho deixar de fazer esse ano caso eu queria realmente entrar na São Francisco. É dificil abdicar de quase tudo. É dificil escutar os outros falando em festas e eu não poder nem falar porque eu tenho que me contarr nos estudos. Eu não consigo ficar animada para sair e estudar. Não dá. Então nada de animar-se menina!
Segundo: entender que nem todo mundo quer o mesmo que eu. Ou mesmo que as pessoas têm necessidades diferentes, ou seja, tem gente que consegue sair e sair estuda super bem.
Terceiro: ter a dúvida de se é São Francisco mesmo que eu quero e se isso vai me satisfazer (longo prazo).
Quarto: É dificil administrar estudos e namoro, pais querendo viajar no final de semana e namoro, namoro a distância e os três juntos são piores. E pior é que não há modo de eu terminar em função disso. São três anos e eu sou a pessoa mais apaixonada do mundo.
Quinto: eu tô de tpm, só pode.


Eu ficar ficar bem com meus pais, não quero brigar agora, quero poder ver meu namorado, pelo menos, no final de semana ou a cada quinze dias, quero me concentrar e tentar passar na faculdade, quero fazer a diferença... e o pior que eu sei que meus problemas são ridículos.




Essa coisa de “amor universal aos livros” fez-me lembrar um texto de Nietzsche sobre o filósofo Tales de Mileto, em que ele recorda que “a palavra grega que designa o “sábio” se prende, etimologicamente, a sapio, eu saboreio, sapiens, o degustador, sisyphos, o homem de gosto mais apurado; um apurado degustar e distinguir, um significativo discernimento, constitui, pois, (...) a arte peculiar do filósofo. (...)A ciência, sem essa seleção, sem esse refinamento de gosto, precipita-se sobre tudo o que é possível saber, na cega avidez de querer conhecer a qualquer preço; enquanto o pensar filosófico está sempre no rastro das coisas dignas de serem sabidas...” E depois, no Zaratustra, ele comenta com ironia: “Mastigar e digerir tudo - essa é uma maneira suina.”
Rubem Alves - 'Ler pouco'