Wednesday, April 18, 2007
Sentimentos são confusos, falar deles mais ainda
Eu estava assistindo novela um dia desses (admito que sou uma fã convicta de novelas) quando me deparei com uma daquelas cenas bem comuns em que a gente comenta “isso só acontece em novela”. Vou explicar para isso preciso dar uma visão geral da novela. Existe duas irmãs gêmeas (óbvio que são duas, eu sei) que não se conhece (eu sei que é clichê). O caso é que uma morava na Bahia e outra no Rio de Janeiro. Uma é a boa e a outra é má (nessa ordem). Mas, enfim, a que morava na Bahia foi para a outra cidade procurar a família (ela só sabe que tem um avô). A cena era as duas andando no mesmo shopping quando as duas iam se encontrar (a má saindo de uma loja e a boa olhando a vitrine da mesma) a primeira esqueceu um papel, um brinco, não sei na loja e entrou novamente. Então cada uma seguiu o seu caminho sem ver a outra. Será que isso não acontece na vida real? Será que as pessoas que vamos conhecer ainda não passam por nós despercebidas, como meros estranhos? É claro que isso é bem provável. Mas o é curioso pensar que as pessoas que convivemos hoje pode ter passado ao lado de nós várias e várias vezes no passado. Então, será que teria sido melhor que as tivéssemos conhecido antes? Ou será que se isso tivesse ocorrido laços de amizade não teriam se formado? Porque as pessoas mudam. Não somos dois dias iguais. Essa constante mudança pode se revelar imensa em um ano, por exemplo. E, as vezes, são as impressões iniciais que firmam um bom sentimento sobre alguém e este evoluindo para algo mais sólido. Fico feliz em ter conhecido cada pessoa em cada época, pelo menos, aquelas que hoje me parece impossível viver sem.
Porém, há também aquelas pessoas que não nos são permitida a convivência. Primeiramente aquelas que a gente não conhece. E em segundo lugar aquelas que a gente sabe o nome, ou o cheiro, ou um gosto. Bons exemplos todo mundo tem. Os meus são meu avô e minha bisavó. Eu gostaria de ter vivido mais tempo com eles que fosse para ter mais lembranças. Mesmo as poucas que eu tenho são preciosas. Reconfortantes. A mania de ter pilhas do meu avô. Eu amava pilhas também... Mas essa nova tecnologia não me deixa ter o prazer de comprar novas e guardar as velhas (a não ser a do meu controle da televisão). O cheiro leve do perfume da Bi. Eu sempre quis que o que eu escrevesse tivesse a mesma suavidade de seu perfume. Não sei como seria ter passado mais dias com eles, ou dias mais saudáveis. È estranho esse tipo de saudade doce de uma memória gasta, meia rasgada, meu esburacada, metade com fatos reais, a outra das impressões infantis, mais firmes. Esse tipo de sentimento, com certeza, é parte da essência. Aquela que mesmo com o passar do tempo é parte integra da alma.